Logo que eu saí do ensino médio eu precisava de dinheiro, daí eu pensei 'vou cortar cabelo', porque minha mãe já trabalhava na área. E aí logo em seguida, com 16 ou 17 anos, comecei a trabalhar. Fiz curso e nunca mais parei. Eu gosto porque tu lida com público, as pessoas são muito diferentes. Antes eu não gostava, sabe. Até eu entender que tu tem que te doar, tem que ter paciência. Que todas as pessoas tem cada uma sua vivência. E dá, é suportável.

Tem quem me tira assim pra psicólogo. Tem várias histórias. De contar literalmente a vida ali, sendo que acabei de conhecer. Escuto né. Eu também trabalhei muito tempo em shopping, então é muito... Uma galera muito normativa. Família tradicional... Então, era assim, bem diferente do lugar que eu tô trabalhando agora, que é mais de boas.

Eu pensei muito em mudar de emprego exatamente porque quando eu comecei a minha transição queria iniciar num lugar confortável. Então eu saí desse meu outro emprego que eu fiquei anos. Gostava de lá, mas também não me sentia confortável o bastante. Eu procurei esse lugar porque ele era mais aberto, sabe. 

E aí, não sei, to com muito medo [de falar que sou trans no trabalho novo]... Não é medo, é... eu sou uma pessoa muito insegura. Mas nem sei, vou falar. Tipo, se não quer, pego as minhas coisas e vou embora. Mas é muito de... não sei como vai ser. Como eu falei, vai assim mesmo e depois a gente vê o que que vai acontecer. Mas eu acho que vai ser de boas. Muita coisa depende de mim sabe, eu que tenho que ir lá falar... Então é mais de mim do que de qualquer outra coisa. Acho que eu vou ir e não vou parar, porque se eu parar pra pensar aquilo me afeta. Não só isso mas tudo na minha vida. É automático. 









Demorou muito tempo. Até hoje em dia eu sou muito na minha, tanto que no meu instagram não tem nada. Até agora eu não postei nenhuma foto. Tipo, depois da minha transição. Eu não faço nada disso. Até, acho que em tudo, trabalho, amigos, assim, enfim, eu já consegui criar um lugar seguro, onde eu me sinto confortável, respeitado. Mas desde quando eu iniciei a transição eu ainda não… com família ainda não é totalmente bem aberto. 

Desde criança mesmo nunca me entendia como mulher. Eu achava que assim, que eu fiz algum castigo na vida anterior e vim mulher pra sei lá, pagar meus castigos. E também, sei lá, quando eu era criança eu sempre dizia que eu era menino e me comportava [como menino] e também minha mãe sempre falava 'não, não vai ser menino'. Teve vários episódios assim que eu lembro que eu me entendia menino, só que só fui podado sabe, submetido assim a me comportar... ou 'como tu vai ser', 'com quem tu vai casar', tudo isso. Tu cria um monte de coisa assim só pra um serzinho sabe. Até porque eu tenho uma irmã gêmea. Então é muito fácil tu ficar comparando... A gente é o oposto. 










Por parte de pai eu não sou tão próximo. Mas com a minha mãe é bem difícil, bem difícil. Ela não aceita, ela não me apoia. Ela não tem nenhum espaço, um diálogo, que ela possa escutar eu me explicar e dizer... Não tem esse diálogo. Nosso diálogo é só coisas por cima assim. Que também é foda. Eu não queria que fosse assim, podia ser bem melhor, mas ela não me dá abertura. 

Ah eu não me sinto em casa, sendo que aquela casa sempre foi a minha casa. Então eu não me sinto em casa na minha própria casa. É meio desconfortável, mas eu acho que já consegui filtrar sabe, 'isso aqui me incomoda mas eu não vou deixar isso me afetar'. Se não, vai ser assim o tempo inteiro. Mas eu sinto assim que ela ainda se apega numa coisa que eu não me enxergo e não sou mais. Acho que só com o tempo mesmo pra ela conseguir entender, compreender e respeitar. Mas acho que isso tá muito longe de acontecer, muito longe. É tão binário o cérebro dela...

Isso que a gente tava falando da infância né, como são tiradas coisas de uma criança que ela nem entende "ah isso é masculino, de homem. De mulher, feminino". Sendo que pra uma criança ela não tá entendendo muito bem. E isso era muito cortado de mim. Eu lembro assim que um dia, era meu aniversário, e eu pedi uma coisa super masculina e eu ganhei. E eu lembro que minha mãe fez eu devolver pra minha tia aquilo. E a minha irmã pediu outra coisa que era totalmente feminina e ela ficou com o dela. Porque a minha irmã podia ter aquilo? Então, como assim que eu pedi um brinquedo e ela pede um outro completamente oposto e eu tenho que entregar o meu e ela pode ficar com o dela, porque? Então sempre assim, meio podadinho, sabe?

São coisas negadas a uma criança que tu nem entende, sabe, eu só queria aquilo ali, que era o que eu mais me sentia confortável assim. São tiradas da criança umas coisas muito... Que são importantes sabe. E aí quando tu fala assim 'nossa sou trans' começa a vir muitas histórias assim da tua infância, coisas que tu lembra, apesar de da minha infância eu não lembro muita coisa. 











Eu sempre... Nunca me questionei. Pensava assim, sou mulher, lésbica e cis e pronto, acabou. E eu nem abri a minha cabeça pra realmente entender, sabe, tudo que a transição, o ser trans tem pra muito além, são tantas coisas além pra tu estudar, pra tu estudar gênero… Acho que foi mais isso, quando eu comecei a procurar a respeito, sabe. Porque eu pensei, nossa, tem um hormônio, mas não sabia que dava tanto resultado depois de um tempo tomando. E eu pensei 'meu deus é isso que eu quero', sabe, quero ter pelo, quero ter voz grossa, coisas que quando eu era criança eu sonhava em ter sabe. Só que eu pensava 'não, eu sonho em ser menino mas só na outra vida, essa aqui não tem, não é possível'. Ai eu fiquei 'meu deus, tem como, e eu posso' e aí daí sim eu comecei a me entender e eu comecei muito a procurar.. Porque eu tinha muita disforia quando eu era criança, então eu comecei a lembrar, lembrar, lembrar... E pensei 'nossa, sou trans'.

Então, necessariamente, também não me identificava com o masculino, que não é onde eu quero estar e nem no feminino então fiquei assim: tá, daí sou não binário… Aquilo também que tu tava me perguntando sobre transmasculino, é muito sobre como tu é lido socialmente. Então eu quero ser lido com pronomes masculinos e sou um transmasculino dentro da sociedade que a gente vive. Porque a gente é muito binário, sabe. Tudo é muito binário, então… porque pra mim também é um tema que abraça muitos gêneros e ao mesmo tempo eu quero abolir os gêneros masculino e feminino então pra mim não serve muito como um termo guarda-chuva sabe. Pra mim também não faz muito sentido. Porque masculinidade, como eu te falei, é muito binária e também pra entrar todos esses gêneros e pronomes e enfim tudo que a gente sonha ter, nossa seria perfeito, mas pra entrar numa linguagem é muito difícil. Até porque também levaria anos, anos e anos pra ser assim, então não faz muito sentido.









Acho que isso acabou de chegar, entendeu. Agora sim que tá começando o rolê sabe, que tá chegando a informação mais rápido assim pras pessoas. Acho que se eu tivesse essas informações antigamente eu teria me descoberto muito antes. Então tá mais fácil. Não é que 'ai, meu deus, todo mundo agora é trans', é que agora as pessoas têm acesso, entendeu. E também, pra quem é esse tipo de acesso? Quem… tem muitas pessoas que não se entendem no gênero que foi atribuído quando nasceu mas não sabem 'ó tu é trans.. existe isso e e isso, tu pode fazer isso' entendeu. Então vai demorar. 


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Acho que vai ter muito mais menores de idade também procurando, coisa que pô, com 15 anos eu nem pensava sobre isso, entendeu, nem passava pela minha cabeça esse questionamento. Hoje em dia ta bem maior assim, to vendo muitos homens trans já fazendo hormonização antes ou se descobrindo com 16, 14, começando com 18. Nossa, nesse tempo eu nem parava pra me questionar quem eu era no mundo sabe.

Eu acho que eu comecei a me questionar mesmo quando eu fui pra São Paulo, daí eu fiquei sem nada lá, sem amigos, sem ninguém e aqui eu tava muito bem vivendo a minha vida, achando que tava tudo tranquilo então eu não parava pra pensar nisso. Só trabalhava, pagava o meu aluguel e vivia a vida assim tipo... E aí lá eu parei e aí eu surtei, tipo nossa 'quem eu sou?', 'o que eu to fazendo?' e 'o que eu quero da minha vida?'. E eu me questionei assim, nossa... Porque eu tava ocupado com tantas coisas antes que eu não parei nem pra olhar pra mim mesmo. E tem bastante coisa. Aí começa a vir, daí eu pensei 'vou voltar pra Porto Alegre, porque eu não vou ficar numa cidade sozinho', não ia dar certo. Eu pensei: ai, não, não é pra ser agora, quem sabe futuramente. Mas eu acho que foi a decisão certa de voltar, por mais que quando eu voltei foi muito difícil assim eu entrei numa bad horrível.

Voltei também porque aqui eu tinha... Sabia onde ir, me sentia mais em casa, sabe, tinha um... Conseguia me sentir melhor aqui. Mais por uma questão assim de sobrevivência. Se não lá eu ia surtar. Era melhor ficar bem aqui em Porto Alegre e aí futuramente eu vejo o que eu faço da minha vida. E foi bom porque daí eu voltei e só confirmei que sou trans. Fiquei um ano fazendo terapia, voltei a tomar medicação, a cuidar de mim. Porque antes eu só ficava cuidando dos outros e nem olhava pra mim. Aí sim eu falei 'sou trans' e agora eu to cuidando mais de mim sabe, isso é muito importante. A gente nem percebe, nem se dá conta.

Eu acho que [estar em São Paulo] me ajudou um pouco, porque eu saia na rua e falava assim 'ninguém sabe quem eu sou, eu não conheço ninguém'. Porque em Porto Alegre tu sai e tu vê um monte de gente, entendeu? E começar a conversar com outras pessoas, tu pode falar o que tu quiser entendeu. A pessoa não me conhece, não sabe da minha vida. Então isso também me ajudou assim. Eu pensei: eu posso criar um… não um personagem, qualquer outra coisa que eu me sinta mais à vontade e tá tudo bem, a pessoa não vai saber quem eu sou. É como se fosse assim, 'agora eu posso começar do zero' sabe. Aí eu fiquei tipo: não, mas eu posso fazer isso em Porto Alegre também, tá tudo bem, sabe. Então isso foi. Me ajudou bastante. Ainda mais que eu tava desempregado, sem casa, sem nada.. Dai eu fiquei tipo… foda-se. Mas ajudou bastante nisso de 'o que eu posso ser' sabe, 'o que eu posso demonstrar ser'. Eu fiquei: bá na real nao quero ser lido como mina, isso tá me… Tudo bem que eu ainda sou praticamente 90% do tempo lido como uma mulher cis, mas não queria me apresentar sabe no feminino, não queria dizer meu nome tipo… ai fiquei: não, quando vê eu quero isso sempre. Mas foi bom. No início pensei: nossa, que arrependimento de ter ido morar lá e voltar, mas agora eu vejo como bom.

Foi bem difícil quando eu voltei, eu pedi pra voltar pro meu emprego antigo, daí eu voltei. E em princípio parece que eu tinha dado um passo muito grande de ir morar fora, daí eu voltei e ainda voltei com as coisas antigas, então parece que eu dei dois passos pra trás entendeu. E eu demorei muito tempo pra aceitar que não, que aquilo era um tempo que eu tinha pra cuidar de mim, entendeu. Não é que eu 'ah eu fiz merda'. Eu precisava disso. Bá, foi bom estar tanto 'tempo ruim' que daí depois passou também. Aí fui procurar ajuda só, começar do zero. Agora assim, contando parece assim, que foi muito de boas, mas não foi.








Se fosse um tempo atrás, com algumas situações, eu estaria surtando. Mas agora não, parece que tá tudo mais tranquilo assim, parece que agora eu posso fazer as coisas sem carregar um peso. Porque antes eu só pensava 'meu deus, não estou em T, não estou em T, não estou em T'… e eu acabava parando assim muitas coisas da minha vida. Não parando as coisas da minha vida, mas comigo mesmo, na minha cabeça. Isso tava me prejudicando bastante. E agora não, eu não preciso mais me preocupar em pensar 'não estou tomando T', não... Eu estou tomando T. Então já tenho espaço pra crescer em muitas coisas. Futuramente acho que vai ser melhor ainda. 

Antes eu não conseguia pensar mais nada além disso, ou de ficar só pesquisando isso, só olhando isso. Abria o celular e era só isso, isso, isso. Só lia e escrevia e ficava só consumindo isso sabe. Fiquei um ano só consumindo bastante sobre o assunto, sobre os resultados, vendo bastante conteúdo e agora não, agora eu tenho tempo pra pesquisar outras coisas. Então… é muito bom.













Eu só tô no agora. Só. Antigamente eu pensava muito no futuro, futuro, futuro. Agora é tipo… foda-se. Não faço muitos planos, também pra não me iludir. Só tô focando no agora mesmo. Acho que quando eu estiver mais estável assim, acho que daí sim eu vou começar a querer pensar mais no futuro, mas agora só quero ficar bem comigo mesmo. Se não eu não consigo nada.

E antigamente eu tava muito infeliz, não me sentia completo… bá, tava um lixo assim, então como eu ia ter cabeça pra pensar em outras coisas se eu não estava nem confortável comigo mesmo? Não tem como. Acho que agora a minha meta é só ficar bem comigo mesmo e aí eu sei que eu vou conseguir ter energia e força pra fazer outras coisas, conquistar, enfim.. Ir atrás.














Eu vejo mais pessoas se assumindo trans e tal, mas ao mesmo tempo parece um rolê fechado… mas acho que toda a cidade é assim também. Tá melhorando assim.  Aqui as pessoas são muito ignorantes e binárias e às vezes mal educadas sabe. É bastante perigoso. As pessoas não estão tão abertas, sabe.















Às vezes tu acha que tá num lugar acolhedor, e não tu não tá, entendeu. Tu não tá.















Não sofri transfobia, mas lesbofobia sim. Com certeza. Mas nada de agressão física, mais é verbalmente. Às vezes passa também tão despercebido mas daí tu pega essa… Acho que tipo xingamento na rua… Mas daí entra num ouvido e sai no outro sabe. Isso vai acontecer. 

Teve um dia que um cara, não sei o que ele falou pra mim, isso faz muito tempo. E aí eu xinguei ele, mandei ele se fuder, calar a boca, sei lá. Continuei andando. E eu tava com uns outros amigos meus… Meu, a gente tava vindo pra cá. Ele seguiu a gente muito tempo, só que a gente não viu. E teve uma hora que ele quebrou uma garrafa e veio pra cima de mim, dizendo que ia cortar minha garganta, só que ele tava muito doidão. Muito louco. E daí eu ainda respondi ele, ele ficou furioso. Daí meu cunhado separou a gente, [me] falou 'cala a tua boca' e pediu desculpa pra ele, pedindo pra ele se acalmar. Aí ele ficou xingando… Tipo 'calma, calma, isso foi um mal entendido'. Mas na época todo mundo ficou muito puto comigo, tipo 'isso não se faz'. Tá certo né… mas pô, eu não sabia que o cara ia seguir a gente só porque ele mexeu ainda com a  gente e eu só 'cala essa tua boca'. O cara tipo… doido. E se eu tivesse sozinho, sabe? E aí eu, pô, eu não vou mais fazer isso quando eu tiver com outras pessoas assim porque coloca em risco também elas. Mas era uma coisa assim que eu nem esperava que fosse acontecer.

Aqui qualquer coisa tu já se assusta sabe. To nem aí.









Às vezes a pessoa nem vai procurar, ela só chega pra ti e fala, ela não foi nem pesquisar sobre o assunto, querer entender e já chega falando um monte de merda assim… Até quando eu contei pra minha irmã, no começo assim, na cabeça dela ela ficou 'não, eu não entendo, pra mim nasceu mulher é mulher, nasceu homem é homem'. Aí ontem eu tava conversando com ela e ela super dando um discurso totalmente diferente. Aí eu pensei 'eu tenho certeza que ela foi pesquisar sobre o assunto', porque a fala dela foi tipo assim, ela foi me defender e falar um monte de coisas que faz sentido… então é mais isso, da pessoa não ir atrás, não saber, e querer dar a opinião dela. E daí depois que ela se ligou, que foi atrás do assunto, mudou. 


Não é um monstro. Pelo contrário… Que nem ela falou 'ah, se te faz feliz e tal vai, toma... Se não tu vai ficar tua vida inteira te questionando será que eu tomo, será que eu não tomo?'. A cabeça dela tá diferente.


Ela sabe que tô usando testosterona. Toda minha família sabe, mas ainda não botam fé, sabe. Acho que só quando eu começar a ter umas mudanças assim, fisicamente, daí vai começar a mudar, porque a cabeça das pessoas é muito binária, muito binária. Até posso falar que sou trans, até entendem, mas ainda não fazem um esforço… Será que tu me vê no masculino ou só porque eu estou falando? Mas acho que isso é com o tempo, entendeu, que nem ela teve o tempo dela de ir atrás e saber e entender, acho que isso vai acontecer com a minha mãe, enfim, com o resto das pessoas que estão perto de mim.






Eu uso pronome masculino e me identifico como uma pessoa não binária. Eu me questionei muito 'será que sou um homem trans' e tal, mas eu não quero sair de uma caixinha, que já foi muito sofrido e tal - e vai continuar sendo porque nossa vida é. Mas sair de uma caixinha e querer entrar em outra caixinha que eu também não concordo com tudo. E eu também não me vejo 100% homem sabe. Não sei, futuramente pode ser que eu mude, mas agora pra mim eu não consigo, não sou totalmente um homem nem totalmente mulher, mas eu me sinto bem mais masculino. Pra mim, mulher é… ugh, só o nome assim já dá um… não quero. Eu não quero, sabe. Eu não sou.

Até pra minha irmã, pra minha mãe, como elas tem uma imagem muito binária, eu não falo que sou trans não-binário. Porque eu nem consigo ter um diálogo pra explicar, entendeu, que é imposto na sociedade. Então eu me vejo como um menino, realmente me vejo, e acho que na cabeça delas eu sou um homem trans, na cabeça de todo mundo assim... Mas não. Eu também não ia conseguir ser uma pessoa trans não binária usando ainda, me sentindo confortável no feminino, porque isso nunca existiu. 

É bem mais fácil falar com a pessoa de uma forma binária, porque ela vai entender na cabeça dela. 


 




No futuro, acho que vai ter mais pessoas trans ocupando mais lugares, sabe. Que aqui não tem muito, quase não se vê, entendeu. Os lugares que a gente frequenta, não do rolê, porque do rolê é óbvio que tu vai encontrar assim, mas do teu trabalho e outras coisas são poucas, e é muito triste porque se não tá aqui tá aonde? Porque existe, tem bastante pessoas trans nessa cidade mas falta muito. Acho que isso vai melhorar bastante. Espero.




Tales, 22 anos.
Transmasculino não-binário.
Ele/dele.
2 meses em Terapia Hormonal.

@talesferre



*ensaio realizado em Porto Alegre (RS) em fevereiro de 2020.
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Esse projeto é feito por mim, Gabz. Sou uma pessoa trans não-binária e busco não só retratar mas também abrir um espaço onde outras pessoas trans possam contar suas histórias, pra dar suporte pra nossa própria comunidade. Depois de muito sofrer com a carência de referências de narrativas trans que me contemplassem percebi que essas pessoas existem e sempre existiram, porém por motivos CIStêmicos as poucas vezes que temos oportunidade de contar quem somos acaba sendo através da lente de pessoas que não sabem como é a nossa vivência. Comecei esse projeto por urgência.
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